sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A CRISE

Todos nós temos problemas, a diferença é como cada um de nós os enfrenta. Existem pessoas que assumem suas responsábilidades e enfrentam suas crises, seus problemas de frente, com coragem.
As pessoas que assumem essa postura tendem a serem mais felizes, porque resolvem a situação logo, não ficam transferindo responsabilidades ou se escondendo, remoendo o passado, o presente, tanto faz, o importante é que resolvam.
Quando os problemas aparecem ou crises o importante é ter muita calma, não se precipitar para não tomar decisões erradas.
A crise se bem administrada pode até ser benéfica, pode ser que a pessoa cresça com essa dificuldade. Quando estamos vivendo uma crise a ansiedade, a preocupação, as vezes não nos deixa pensar deixar direito, o que pode até aumentar a crise e não conseguimos resolver o problema.
Muitas coisas ou situações podem gerar crises, exemplos: novos empregos, novos relacionamentos, novas casas, estas situações geram algum tipo de desconforto e insegurança, mas o importante é dar tempo para se adaptar a nova situação.
Trazendo para o lado da recuperação, de um tratamento de dependentes químicos, a situação parece ser mil vezes pior, porque geralmente o adicto tem mania de aumentar o problema.
Para um DQ um simples não pode gerar uma crise tão grande e o levar a recaída (parece brincadeira, mas as vezes do nada vem uma irritação, uma sensação, que se o cara não estiver firme na sua recuperação um não leva à recaída, como um sim também, por causa da euforia, por isso é muito importante o cara se conhecer, buscar o equílibrio emocional, saber quando está em deprê ou eufórico).
O adicto em recuperação já chega em uma comunidade terapêutica cheio de incertezas, medos e fica remoendo seu passado por um bom tempo até adaptar-se a nova realidade.
E tudo que é novo as vezes assusta por isso é muito importante se ter a inserção social aos poucos. Como o usuário vivia todas as situações sob o efeito de drogas, a nova vida sem ela gera uma crise.
Mas este é o momento de superação, o momento de crescimento com as dificuldades. O momento de mostar para si próprio que pode viver sem drogas, que pode ter seus momentos de REAL FELICIDADE.



domingo, 20 de novembro de 2011

O uso de drogas é como um consórcio.

Ontem fui a uma festa como a minha esposa. Era uma festa do pessoal da faculdade na qual minha esposa é formada.
Foi uma festa anos 80, a maioria do pessoal com seus trinta e poucos anos, e uma situação me chamou atenção, na mesa em frente a nossa, notei que havia uma guria, sei lá, com seus 18 anos mais ou menos, totalmente deslocada, dava para ver na cara dela o pensamento, “o que estou fazendo aqui”? Provavelmente foi com uma irmã ou prima, sei lá na intenção de encontrar outro tipo de festa. E entre um pensamento e outro, várias empinadas no copo de cerveja, e não sei por que isto me levou para o passado.
Quando eu era piá, como todo o guri queria ser jogador de futebol e até certa idade corri atrás deste sonho (jogava muito bem por sinal hehehhe), fui bi-campeão da minha cidade, e por incrível que pareça joguei até no time rival ao que eu torço, como já citei antes sou gremista, o que não fazemos por um sonho.
Mas não sei qual parte e porque me desviei, comecei a beber cedo e ir a festas, ficar com as gatinhas (deveria ter uns treze anos), comecei a parar de treinar aos poucos, até largar totalmente o que eu mais gostava na vida, que era o futebol.
E comecei a gostar muito mais de outra coisa a bebida, à noite, festa e isto com treze anos. Foi dai em diante que as coisas que eu mais gostava de fazer começaram a se tornar o maior pesadelo da minha vida. Com esta idade já não bebia mais em festinha, bebia todos os dias, larguei o colégio só queria saber de rua, de cachaça, com qualquer trocado comprava um litro então se juntava eu e outros guris e passava o dia bebendo. Pra mim o álcool é a pior droga que existe, ela é uma droga licita, facilitadora para o uso de outras drogas, com qualquer três reais o cara compra um litro, enche a cara, bate na mulher, nas crianças, causa acidentes de trânsito, mortes, brigas, atropelamentos, destrói a vida social do cara aos poucos, porque o cara ainda consegue ir trabalhar, destrói famílias e sonhos de muitas crianças, e tudo isto com a autorização do governo. Eles inventam que é proibido a venda para menores, mas quem respeita alguma coisa neste país, rola muita grana. Agora tem esta historia da Copa, e no nosso país é proibida a  venda de bebida alcoólica nos estádios, (é Lei), mas com certeza ele vão abrir as pernas, pra FIFA, pois um dos patrocinadores da Copa é uma companhia de cerveja.
Bom, mas voltando ao assunto o álcool é droga, cada vez o consumo dela é mais cedo, facilita para outras drogas o cara já ta chapado mesmo. O alcoolismo é uma doença sem cura, estes dias fiquei me questionando, eu to com uma vida legal com a minha esposa, to realmente feliz sem o uso, trabalhando, fazendo faculdade, fazendo tratamento como deve ser feito, estou realmente feliz. E porque às vezes me bate uma vontade tão forte de beber? (eu usava tudo, somente depois de estar completamente bêbado). Parece que não vou aguentar, mas ai que vem a superação a lembrança de tudo que já passei a confiança no poder superior, que sei que está sempre comigo, e é mais forte do que qualquer coisa. A minha luta diária não é contra a bebida é contra mim mesmo.  O uso de drogas é como um consórcio o cara nunca sabe quando vai ser contemplado com a MORTE.
Deixo um Salve para todos e um dia de cada vez. Para terminar um clipe que resume tudo isto que escrevi.




sábado, 12 de novembro de 2011

Nem tudo que reluz é ouro (colaboração da minha irmã)

Agradeço minha irmã pela colaboração, podemos tirar algumas conclusões deste episódio:
  
"Vinha eu fazendo a minha caminhada pela praia,quando olho uma cena no mínimo curiosa.
Dois homens numa caminhonete cabine dupla(um luxo)os dois totalmente paramentados ,para pesca.Coletes,redes novinhas,chapéu,anzóis,etc...tirando muitas fotos,do equipamento e deles mesmos. Logo ao lado deles,uma outra coisa que um dia foi uma caminhonete.Remontada com pedaços de madeira.os parachoques totalmente enferrujados,uma rede toda amarrada com nós  de linha plástica das mais variadas cores.um homem emagrecido com um boné velho pra quebrar o sol.Já estava me afastando quando decidi olhar a parte de trás das caminhonetes para ver se havia peixe.E adivinha???Isso mesmo a velha de madeira,estava cheia de peixe na carroceria e o pescador oferecendo por preço acessivel aquela maravilha recém saída  do mar.E na camionete nova,nenhum peixe.Pra encerrar,deixo um velho ditado."Nem tudo que reluz é ouro".Desde os tempos de cristo que um peixe e um pedaço de pão tem seu valor".
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As vezes vivemos de aparências e queremos mostrar aos outros que somos felizes.
As vezes temos tudo e ao mesmo tempo não temos nada, somos ocos por dentro.
As aparências enganam.
Sepulcro caiado, bonito por fora e podre por dentro.
O IMPORTANTE NÃO É O QUE TEMOS, É O QUE SOMOS.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A CO-DEPENDÊNCIA

A doença da adcção não atinge somente o dependente químico, atinge também os seus familiares, todos que estão a sua volta.
O adicto age pensando somente nele mesmo, com o seu egocentrismo, egoísmo, e já controlado pela droga, está totalmente insano, não percebe que está se destruindo(ou percebe mas não dá mais valor a vida), como também a vida de seus familiares. As pessoas que mais nos amam e sofrem por nos ver nessa situação.
A família que tem um familiar adicto(escravo),marido, filho, irmão, não interessa, começa a ficar doente também
porque começa a ficar tão preocupada com a situação que esuqece de viver sua própria vida.
Uma mãe, esposa, deixa de dormir, de comer preocupada pois a dias o cara não aparece em casa, não sabe onde ele anda, se está vivo, preso, hoje fico pensando no desespero da minha mãe. A vida dessas pessoas começa a girar em torno da doença e uma solução para ela.
Quando um adicto chega ao fundo do poço, já levou toda a família junto com ele, porque a família já não sabe mais o que fazer( é aí que entra os grupos de apoio, mas isso fica pra outro dia).
Quando um DQ decide procurar ajuda para a libertação das drogas, buscando uma internação ou grupos de apoio é importante que a família também busque ajuda.
Existem vários grupos de apoio para familiares com o problema da adicção, como o amor exigente, al-anon e outros, e é muito importante a participação da família nos grupos para aprender uns com outros a lidar com o problema, troca de experiências(na minha primeira internação quando voltei frequentava um grupo de apoio e minha mãe não ia. Um dia cobrei ela, a resposta dela: eu não sou doente, doente aqui é tu eu não preciso de ajuda, resultado racaída) a gente sai de dentro de uma comunidade terapêutica vamos dizer assim meio alienado, então a família como também estava doente mas continuou vivendo sua vida aqui fora, vai ter que aprender a lidar com uma nova realidade.
As vezes a família não percebe que a situação foi mais longe e que ela própria adoeceu junto.
Quando um DQ volta para casa após um tratamento, e a família não fez um acompanhamento, não buscou o apoio dos grupos, não vai saber lidar com a situação, e isto, pode levar a uma recaída. As vezes as famílias coloca o cara lá e acha que ele vai sair CURADO a adcção NÃO TEM CURA.
A família está tão acostumada a viver somente a situação do DQ, que quando este busca uma recuperação e volta mudado de um tratamento, as vezes a família perde o rumo, porque qualquer coisa que acontecia antes era cupa do VICIADO, não importava o problema mas a culpa era dele tamanho o grau da doença(claro que sim temos nossa parcela de culpa), mesmo este não tendo nada a ver com a situação é muito mais fácil transferir o problema para o outro, como o próprio DQ fazia ou ainda faz.
A única solução para o problema é todos buscarem ajuda, todos admitirem a situação, aceitarem a doença e viverem da melhor maneira que puderem. Porque a vida continua com todos os problemas os seus afazeres do cotidiano, trabalho, contas à pagar, etc, etc...viva com muita serenidade o mundão nem sabe que eu ou tu existimos, e se eu marcar bobeira ele me engole de novo...ENTÃO TE LIGA NO MOVIMENTO. Um abraço e até a próxima.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O tripé da recuperação.

Quando se fala em recuperação as primeiras tres coisas que tenho que lembrar são: ORAÇÃO, TRABALHO E DISCIPLINA, faltando uma delas não existe recuperação.
Como a maioria das pessoas sabem (eu acho) a dependência quimíca não tem cura, a única cura é espiritual, não estou dizendo aqui que tenho que morar dentro de uma igreja ou me converter a alguma religião, mas sim acreditar e ter fé em algo muito maior que eu(no meu caso é DEUS) MAS CADA UM ACREDITA NO QUE QUISER. Porque a oração vem em primeiro entre os tres? Se fosse uma pirâmide seria a base, eu já não acreditava em mim mesmo, então tenho que ter uma base, uma tábua em alto mar para me agarrar, e isso não é de uma hora pra outra precisa muita prática, muito exercício, muito esforço. DEUS SEMPRE ESTEVE AO MEU LADO mas eu dei as costas à ele.
TRABALHO tenho que me sustentar, me manter ocupado(mente parada oficina do diabo).
DISCIPLINA cumprir com meus compromissos, comprometimento com meu trabalho, com horários e organização, este é o chamado TRIPÉ DA RECUPERAÇÃO. Sem um deles não há recuperação.
É uma vida completamente diferente da que eu levava antes, porque eu tinha perdido a fé, mas tinha trabalho mas não tinha disciplina.
Em recuperação falamos muitoem homem velho e homem novo. Porque o homem velho que viveu a maior parte da vida ainda está em mim só esperando uma oportunidade para se manifestar. É mais ou menos como a história do Hulk, se eu perder o controle ele assume novamente.
Por isso é importante realmente querer por si mesmo. Não pela namorada, pela mãe(apesar dela merecer), ou outros e para isso é necessário mudanças de hábitos, de lugares, de pessoas(coisas que eu achava bobagem por isso recaia sempre).
As pessoas falam em dar a volta por cima, eu tive que dar a volta por baixo para voltar pra cima. Tenho certeza que continuo em pé porque aceitei quem eu sou, larguei a auto piedade que é um dos problemas dos DQ. sempre culpando alguém, sendo a vitíma e não fazendo nada para melhorar(é muito mais fácil culpar os outros).
Hoje eu sei que sou egoísta, invejoso e tenho tantos defeitos, mas o que eu acho o pior deles todos e tento corrigir sempre já que agora eu tenho consciência dele é o julgamento. Quem sou eu para julgar alguém, eu não sei pelo que a outra pessoa está passando, ou se ela gosta de ser do jeito que ela é, o que eu tenho a ver com isso, eu não posso querer mudar uma pessoa, eu tenho que aceitá-la como ela é, se estiver me prejudicando me afasto e pronto.
A única pessoa que eu posso mudar sou eu mesmo e após vários anos de luta agora estou conseguindo enxergar um pouquinho quem eu sou, não posso e não tenho o direito de querer mudar alguém isso seria no minímo pura arrogância minha, por isso quando estou me achando demais o tal do homem velho está querendo se manifestar, ABRO A MINHA LATA DE LIXO QUE ESTÁ SEMPRE DO MEU LADO E OLHO PRA DENTRO DELA E VEJO QUEM EU FUI.